sábado, 27 de agosto de 2011

Eu vi e vivi

Quem me conhece sabe da péssima memória que tenho. Mas de uma cena que vi aos quatro anos de idade não esqueço: a volta da minha mãe da maternidade com o meu irmão. Tão pequeno, frágil... Diferente de hoje. Foi obrigado a "crescer" e tornar-se adulto antes do previsto. Amadureceu em alguns aspectos e em outros continua o adolescente incompleto de sempre. Passou pelo primeiro Dia dos Pais da vida recentemente. Eu não vi, mas minha mãe contou que logo cedo no domingo ele veio até em casa, abraçou e beijou meu pai. Agora sabe que existem outras prioridades na vida.
Amanhã ele faz 21 anos. Muitas coisas demoraram a acontecer na vida dele, como na de todo mundo. Só que as mais avassaladoras vieram de uma vez. Um namoro forte, a gravidez inesperada, o casamento polêmico, o primeiro emprego, as responsabilidades de quem ainda caminha para ser chamado de pai de família.
Sei que chorou, perdeu o sono. Vi o peso preso as suas costas muitas vezes. Vi quando fechou a cara, mudou de humor, de comportamento e fiquei com a sensação que perdi parte da vida do meu irmão. Pudera, com a rapidez que tudo aconteceu! Vi meu pai feliz em ser avô, minha mãe se acostumar com a ideia de "perder" o filho para outra família, meu irmão mais velho achar que ficou para trás. Eu acho que aceitei até ligeiro tudo. Pasmo! Pedi e peço que a criança seja para a minha família o que não fomos competentes de ser. E nessa lacuna cabem muitas coisas que não vou me dar o trabalho de descrevê-las. Espero que isso aconteça.
O tempo não poupou o meu irmão nesses meses. Espero que as coisas se acalmem neste novo ano que começa.