Será que deve existir algo pior do que se sentir limitado? Bem, acho que sim. Mas não deve ser tão pior assim... Não poder andar, ver, ouvir, sentir, sorrir, falar, pensar... Existem tantas formas de limitação que fica difícil listar todas ou, no mínimo, a maioria. E o que me surpreende é que o ser humano foi preparado para agir sob qualquer espécie de limitação.
Luta contra a fome, quando existem cerca de 1 bilhão de pobres no mundo; luta contra a violência, que faz somente no Brasil 48 mil vítimas anuais por homicídio (o que representa 1o% dos homícidios no mundo); contra a injustiça, onde tantos crimes permacem sem solução. Cito dois emblemáticos, entre tantos anônimos: o da missionária Doroty Stang e o da jornalista Sandra Gomide; luta pela liberdade de pensar, de agir, de falar, de decidir, de ir e vir, de manifestar-se, de opor-se, de se fazer ouvir; enfim, luta para viver.
Para um sonhador, não existe pedra maior do que a limitação; não só a que ele é responsável, mas também a que é imposta por outras pessoas e/ou circustâncias. Perguntem ao pai da dupla Zezé de Camargo e Luciano se as limitações por vezes não o fizeram pensar em desistir. Ou ao nadador paraolímpico Clodoaldo Silva se as palavras de desestímulo que deve ter ouvido na vida não o fizeram pensar sobre a capacidade dele enquanto atleta. E a quem tem sede de conhecimento, como é o meu caso e de tantas outras pessoas, se os entraves que encontramos no caminho não freiam o desejo de saber mais e mais.
A sorte é que igual a bilhões de pessoas, eu, Francisco, Clodoaldo, lutamos todos os dias para vencer as limitações e as conseguimos vencer. Estou caminhando e isso é o que importa. Quanto aos limites que encontro no caminho, acabo descobrindo formas de pisá-los. Não são intransponíveis! Sou brasileiro e desistir não está no meu dicionário...