Função difícil essa a do Jornalismo: a de formar opinião. Mas que precisa ser cumprida. Formar opinião significa, ao meu ver, dar todas as condições para que as pessoas possam desenvolver uma visão mais crítica acerca do mundo. Não essa à qual vemos, cuja razão de existência está atrelada à manutenção de interesses pessoais e mercadológicos. O Jornalismo, sobretudo o de tevê, está a cada dia fugindo um pouco mais dessa responsabilidade.
Não faz muito tempo que o principal telejornal do Brasil - o Jornal Nacional - retirou do seu conteúdo a participação mais que especial dos comentaristas Arnaldo Jabor e Franklin Martins e a charge inteligente de Chico Caruso. Jabor expunha a pertinente crítica através de comentários divulgados normalmente às sextas-feiras. Flanklin, às quintas, com uma coluna política. E Caruso, com as charges animadas aos sábados. De carona na onda do JN, seguiram outros telejornais das mais diversas emissoras. A Globo retirou da principal fonte de informação do país a opinião. Como justificativa, disse querer manter o caráter "eminentemente informativo" do Jornal Nacional.
Quero assistir na televisão comentários que me ajudem a formar opinião. E opinião que me ajude de alguma forma a desenvolver minha humanidade e cidadania. Não quero ver e ouvir comentários de vento como o famoso "Isto é uma vergonha!", engessada na voz de Bóris Casoy. Ou os que Carlos Nascimento anda fazendo lá no SBT Brasil. Ele tem conteúdo para fazer inúmeras vezes mais do que aquilo.
A Globo mantém ainda em seus quadros o comentarista Arnaldo Jabor, que participa quase que diariamente do Jornal da Globo (por sinal, um dos melhores da tevê brasileira. O Bom Dia Brasil é outro rico em opinião). Chico Caruso possui um quadro fixo no Fantástico, revista eletrônica dos domingos. Já Franklim Martins saiu da emissora para se tornar o responsável pela comunicação - ou ausência dela - do Governo Lula.
Sem Jabor, Martins e Caruso no principal telejornal do Brasil, resta-nos a opinião expressa raramente nos editoriais lidos por William Bonner, editor-chefe, e a expressão facial que o mesmo faz ao término de uma reportagem impactante; às vezes mais completa de opinião do que um comentário...
Abaixo, está um belo exemplo de como a opinião deve ser exposta:
Fonte: Youtube
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