"A gente está acompanhando um momento histórico, cara!", disse o meu chefe, Leonardo Alves, na noite da útima quinta-feira. Estávamos ele, eu, Mary e Denise na redação da TV Paraíba. Até aquele momento não havia parado para pensar sobre o assunto. Pelo rádio, acompanhávamos a sessão do Tribunal Superior Eleitoral, em Brasília, que julgou o recurso protocolado pelo governador da Paraíba que pedia o cancelamento da cassação do mandato dele. Àquela altura, já podíamos perceber a tendência do voto dos ministros do TSE, favorável à cassação. A tendência foi confirmada minutos depois.
De fato, vivíamos jornalisticamente um momento histórico para o Estado. Pela primeira vez um governador teve o mandato cassado e o candidato que ficou em segundo lugar nas últimas eleições com grandes chances de assumir o cargo.
Ouvimos fogos pipocar ao longe. Pelo msn, amigos nos informavam sobre alguma movimentação comemorativa em algum ponto do Estado. Na redação, os telefones ensairam o início de um festival de ligações. Só ensairam... Dos colegas da TV Cabo Branco, em João Pessoa, soube da correria deles para encontrar Cássio Cunha Lima (cassado) e o senador José Maranhão (governador do Estado dentro de alguns dias) para repercutir a decisão do TSE.
As opiniões que ouvi foram as mais variadas, desde a indiganação de alguns, passando pelo sentimento de Justiça de poucos até chegar nas palavras de alegrias de outros tantos. Realmente a Paraíba trata a política como jogo onde torcidas rivais alternam vitórias. Falta consciência política a esse povo. Se soubessem o quanto a política é complexa e enxergassem a diferença que faz decidir pensando com a razão, não seriam assim. Não explico o que é a política porque também não sei. E por não conhecê-la profundamente, decido mais com a razão (ainda que a minha razão seja enganada) e evito penetrar nesse ambiente de torcida (des) organizada. Acho uma atitude correta para quem pretende fazer um Jornalismo cidadão competente.
A troca de comando deve se dar dentro de alguns dias, tão logo a decisão seja publicada no Diário Oficial. Na dança das cadeiras, tomara que o cidadão comum não seja o único a ficar sem lugar.
3 comentários:
É Clébio confesso que quando Leo disse isso parei para refletir, num é que é verdade. Estamos mesmo escrevendo a história. Sei porque, tu sabe, já passei por uma cassação de prefeito na minha cidade (TAQUARITINGA DO NORTE-PE) e é um fuá tremendo num município, imagina num estado. Cobrir a cassação na minha cidade foi muito difícil, nossa terra ficou alguns dias sem dono, ninguém sabia quem ia comandar. O prefeito ia voltar?O presidente da Câmara assumiria? O segundo colocado nas eleições seria mesmo o novo prefeito? Muitas perguntas sem respostas, um povo sem rumo. Pense numa agonia! Tiveram protestos por nova eleição.... Um desmantelo naquele lugar. Acabou que o candidato da oposição assumiu, faltando 1 ano e seis meses para o outro terminar o mandato. Uma etapa negra na vida dos taquaritinguenses que como muitos paraibanos são fanáticos por política. E vejo na minha amada Paraíba a mesma situação. Só espero que como você bem disse, o eleitor encontre seu lugar e não seja prejudicado pela "dança das cadeiras".
Pois é Clébio se pararmos para analisar os momentos que vivemos chegaremos à conclusão de que no futuro teremos histórias pra contar. Além disso é preciso entender que o jornalista é um escritor da história. Ele ajuda a escrever a histórias no momento em que ela acontece.
Essa é uma das vantagem de estar sempre em contato com a informação bruta. A gente vai ter muita história pra contar mesmo...E as de bastidores tem um gostinho bem diferente!
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